sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A próxima página, ...

A próxima página, sempre a próxima página... Ele passa as mãos em seus cabelos entrelaçando entre seus dedos, ajeita seu óculos com seu dedo indicador, olha para o teto respirando fundo. Pensativo, acaricia rapidamente sua barba e passa para próxima página: 1, 2, 3, 4,..., 65,..., 100,... , 335... Assim vai desvendando o mistério por trás daquelas palavras pretas enfileiradas, por trás daqueles números amontoadores de passado. Explodia cartuchos e nadava em tinta preta. Atolava em impressões e enlouquecia impressoras. Amassava e jogava em chão gelado idéias embrulhadas desvairadas. Estava correndo entre mundos gramaticalmente encenados. As palavras atuavam por si só em códigos, mudas e congeladas em papéis, mas, gritantes e frenéticas em mentes atores-telespectadores. Nenhuma história era igual, as palavras são códigos, cada um lia com seus próprios significados... O mundo é um círculo mutável imaginário. Façamos uma festa! Uma fogueira ao centro, cantaremos canções, daremos gargalhadas e assim a ciranda da vida tornará dançante e explodirão luzes coloridas, pássaros e anjos pelos céus. Acordaremos e sonharemos, dormiríamos acordados... E as páginas passam, passam, passam...Cada vez mais rápidas em atrito com a próxima página fazendo um barulho rangente como ondas se arrastando em areias e conchas. Páginas e ondas sempre possuídas pelo ir e vir de uma força desconhecida, infinita. Um Incansável fluxo, talvez seja a vida. Mas o que tem por trás de ondas incansáveis e páginas viradas codificadas? O que você enxerga?