sábado, 31 de janeiro de 2009

O azul de norte a sul


No limiar daquele oceano
ilha azul do infinito
boio perdida sobre o atlântico

Meus olhos afogados desabrocham algas
rodopiando em minha visão como um caleidoscópio natural.

O azul é o limite
de um norte a sul infinito
entre o mar e o céu conciliados em liberdade

A maré sobe em meu pensamento
a tempestade inundou a cidade
Os peixes passeiam pelos shoppings
invadem os prédios

Tolo mundo submarino
agora as nuvens boiam sobre o mar
e eu nado até o céu

"Terra planeta água"
 uma gota de lágrima do universo.

Onde será que estamos?
Estamos escorrendo sobre a face escura misteriosa?
Ou estamos flutuando em chuvas de imaginações cientificas?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Das brechas de nossa janela

Assim sem nenhum parágrafo, sem letra maiúscula e sem qualquer introdução você veio. Apenas de frases em seqüências por trás de janelas misteriosas onde nos encantávamos, cantávamos, víamos o tempo passar e juntas o sol nascer.
Eu te tocava distante, mas tão perto em escuras letras quadradas, no teclar dos teclados como se compusesse nossa melodia e logo ouvia os aplausos vivos de nossos corações, de nossa íntima energia a cabo interligados e sempre conectados. Viajávamos em bossa e poemas, bobagens, fofocas e irônicas declarações de amor. Estávamos mas perto do que imaginávamos. Nossos pensamentos nos ligavam, nossas imagens, nossos nomes, nossas cores, nossas palavras. Tudo se misturava em um oceano de sensações: Frio, calor, insônia, ânsia...
Sentadas de frente a janela, contemplávamos uma a outra em olhares vulgares porém tímidos. Nos conhecíamos em cada milímetro de nossa face, em cada olhar fixo sentíamos as palavras nos afetarem agudo acariciando o desejo de nos tocarmos. E então viajávamos em desejos virtuais. Sendo tarde, o mundo nos levava a cama e eu ia dormir com você em meu pensamento, gozando lembranças de suas doces palavras. E em um segundo dormia com os anjos, sonhava com você. E era sempre assim, um começo sem começo e um fim sem fim. Não havia história, tu eras a história. Penso em ter dado um ponto final, pois a ausência de nossas palavras misturadas em cor de paixão e encostada em janela amarela, logo ao nascer do sol me dói profundo. Corta-me a garganta esse silêncio absoluto e me faz por dentro gritar e em saudades esperar.
Esperar novos parágrafos irregulares, um novo olhar castanho me esperando em janela ensolarada para que eu possa de novo conhecer o seu lar. Ninguém surgiu como você em mim. A nossa música ainda toca no rádio e em meu pensamento... Minha linda flor, meu jasmim será... Meus melhores beijos serão seus...Todos a cantam como se sussurrassem nossos poucos momentos juntos. Poucos sim, mas grandiosamente significantes. Sim, mas vivos em sonhos e pensamentos do que em pele e arrepios.
Mas ainda te espero nas brechas de nossa janela fechada. Pois tu ainda continuas sendo minha inspiração, o que ainda resta de minha romântica poesia.

sábado, 3 de janeiro de 2009

À esquina dos ventos

À esquina dos ventos
Atraiu minha distração
Em um segundo
Afetou-me agudo

Respiro-te em multidão
Piro no perfume de delírios
De teu calor doce-amargo
Misturado em turbilhão

Piro em idílio
Como éter na mente
querer-te
res
pirar-te
Para sempre

Sinto-te fria em meu peito
Estremecer em fuga para fora de meus anseios
Tento segurar-te em essência

Tarde demais
Você já se espalhou
Por universos distantes