terça-feira, 8 de setembro de 2020

Vapor

Seu olhar embaçou meus espelhos internos. Sua voz transpirava, a pele abafava minhas certezas.  A respiração apagava qualquer caminho de fuga. Sentia seu calor dilatar minhas vias e seguia perdida naquela nuvem de vapor. Estava envolta naquela poesia, mas precisava fluir. Eu escancarei. 
Assisti a poesia dos espelhos desembaçar, o cabelo embaraçar, o vento me abraçar. 
Já era tempo de voar, chover longe dali.