sexta-feira, 15 de maio de 2020

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Paixão
confiscada
Inspiração
censurada
Um
sufoco!
Fazer
o
que?
Alegoria
de
poeta
dura
pouco

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Não quero mais aquele café frio
aqueles farelos
aquelas frutas maduras demais
quero chegar cedo
no cheiro da manhã
tirar as frutas do pé

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Poeira dançante


Pelas brechas furadas da minha cortina,
a luz entrou...
As partículas de poeira dançavam
saltitantes no ar

As paredes piscavam
como estrelas cadentes
Meu quarto estava em festa
Filetes marcavam minha pele
Me vestiam por inteira
Um banho solar
acordava meu corpo
lavava minha alma

Me levantei
Abri a cortina
Escancarei portas e janelas

Já era hora de se despir
tirar as roupas guardadas do armário

Posso escutar o barulho da água caindo no balde
Torcendo minhas lágrimas  daquele sentimento guardado
limpando aquelas histórias empoeiradas

Posso escutar aquele rasgo
Arrancando aquelas folhas amareladas
repletas de linhas que nunca foram preenchidas
repletas de palavras mofadas cravadas que nunca saíram do papel

Agora posso sentir aquele cheiro de livro novo
Deitar no chão brilhoso
de peito aberto
desabrochada
regada
sentindo o ar puro me balançar