sexta-feira, 28 de julho de 2017

Eclipse poético

Chovia lá fora...
as gotas de chuva batiam lentas na minha janela de vidro
eu podia ver as luzes da cidade se escorrendo...
E todos aqueles prédios, todos aqueles quartos...
todas aquelas lâmpadas
se acendendo
se apagando...
As pessoas chegando e partindo
acordando e dormindo
sonhando...
...
E está nublado e não dá pra ver a lua...
então fecho meus olhos, respiro essa brisa...

Mas para que direção estará a lua?
aquele satélite natural que está preso a esse planeta
e modifica toda nossa maré
nosso mar exterior, interior...

Minha lua em leão...
Seu sol em leão...
que doido!
coincidência?
Agora entendi...
Nunca ficaremos juntas,
mas não existimos uma sem outra
como sol e lua...
O que teremos no máximo é um eclipse...
Um eclipse solar que pode durar no máximo cerca de 7 minutos
ou um eclipse lunar de 30 minutos ou pouco mais de uma hora...
Bem breve, raro, lindo...
...
"vento solar e estrelas no mar... a terra azul da cor de seu vestido..."

Nossa!...fui longe....
mas agora abro meus olhos e volto ao meu quarto, ao meu som, à minha janela...
escuto o disco de Clube da Esquina junto com o barulho da chuva...
"Ah... Sol e chuva...Na sua estrada..."
como é bom estar aqui
embarcada nesse planeta
vagando pelo universo
girando...
em movimento de rotação, translação...
em misterioso ciclo...
boiando em finas camadas de terra
que se chocam
sob um volume infinito de magma
que se exalam
e surgem vulcões
erupções
montanhas
planaltos
planícies
depressões
dunas
escudos cristalinos
vales...
E os rios continuam seguindo seu caminho
continuam desaguando no mar
e os animais continuam a migrar...
A geografia é poesia...

E de repente...Silêncio!

Ah, o disco acabou!

Preciso colocar outro...

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