sábado, 13 de novembro de 2010

Copo Azul

Respiro goles de café
quente e amargo
meu óculos embaça e desembaça
como um instável temporal a cada expiração

e não bebo em pequenas xícaras
bebo em grandes copos azuis
para sentir teu calor ardente
assegurado em minhas mãos

minha visão se limita apenas ao esvair do café no copo
pouco a pouco meu reflexo vai se esvaziando
dando espaço à distorcida visão azul de ti
afogada em minhas insônias

mas o forte toque do copo à mesa me diz:
não estás aqui...
Pequeno delírio azul.

4 comentários:

Ricardo disse...

Muito bom!!

Gostei da analogia da lembrança da pessoa com o reflexo trêmulo do líquido, muito inteligente.

(só espero ter interpretado bem ><)

Igor Chacon disse...

.adoro café ^^

sussa disse...

café é amargo ;p

Paula Peroba disse...

De grandes amores, nascem pequenos delírios. Parece que só servem justamente para não nos deixar esquecer. Delírios que ficam batendo no fundo da nossa cabeça que nem um gongo repetitivo, e quando vc está quase acreditando, puf!, a realidade amarga aparece e vc percebe o quanto está apática com este mundo. O mundo que vc tá é outro, um mundo em que o grande amor ainda é grande. Nesse mundo vc sente, ri, chora, vive.Mas é apenas ilusório. Na verdade, vc não está vivendo. Muito pelo contrário, está fazendo um esforço enorme pra conseguir sentir alguma coisa. Pq parece que as coisas perderam um pouco, ou muito, a graça.

Ahaiahiauh, essa é a minha interpretação desse mui lindo poema, claro, com embasamento autobiográfico, rsrsrs. Tá vendo como eu ia comentaaar! Só n boto um emoticom estirando a língua aqui pq to com preguiça de procurar!

:P