domingo, 31 de maio de 2009

Redemoinhos de mim


Redemoinhos de mim mesma corriam fugaz, tentando descobrir lá no fundo o que realmente eu queria, qual era a verdadeira superfície de meu oceano sem fim, puxando ilusões para a dança das marés. Elas tentavam me afogar, minha consciência rodopiava, mexendo a colher no mar de meu eu, que é frio de tua ausência e escuro de teus mistérios, cirandando em triste festa ao som de seu bolero.
Então embriago-me daquele meu copo vazio, transbordado de ilusão; em grandes goles delirantes de subconsciência, quero esquecer cada vez mais de tua ausência. E entre um gole e outro você me aparece de novo, em um tombo repentino de minha consciência que se fere e chora frente aos meus olhos, e grita para meus ouvidos o que estes antes não sabiam escutar.
Tento segurar-te, sentir-te novamente em arrepio, mas o mundo me deixa tonta com meus redemoinhos embriagados, e você sempre vem como se estivesse voltando. Não quero te perder, por que tu és o que eu realmente sempre quis e o que sinto é tão forte, que me afoga de tanta beleza.
Posso acabar por morrer em mar aberto às vistas do paraíso, e ele me olhará belo com olhos de angustia e nada poderá fazer. Fui eu quem mergulhei na embriaguez de mim mesma, dos redemoinhos de meu copo vazio cheio de minha ilusão, e mexi a colher de meu pensamento cada vez mais a cada dia que passava, dissolvendo o doce na amargura, em tentação e loucura. E agora é tarde e já estou presa às águas do paraíso de tua consciência.

7 comentários:

Igor Chacon disse...

.merecia música de fundo..
.se me permite a sugestão "Quarto de dormir" do Arnaldo, apesar de ser mais triste que o texto, tem a mesma beleza..
.gostei
.=***

Anônimo disse...

Isso é digno de um livro. Me passa um sentimento à la Chico por vezes.

Unknown disse...

.tentações e loucuras.
deveras merece sorrisos ao observa-ti em leitura.

smack! :)

Lari'Lissa Aisha disse...

Meuuu deus. Nos encontramos nas mesmas palavras descritivas.
Ou melhor eu me encontrei nas suas hj.

amei.

=*

fernando disse...

ah, e esses tantos copos & corpos... oceanos onde o barco ébrio veleja atrás de um porto... por tantas vezes, "a nau dos loucos"... e uma pergunta que nunca quer calar: em qual estação iremos desembarcar?
:*

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Tá muito interessante o texto.hehe
Gostei da repetição de termos dando
uma idéia de embriagues ou vertigem
mesmo. Não sabia que escrevia. =p
cheiro linda. E nem adianta esconder
o nome se a foto tem essas esmeraldas
inconfundíveis ai.hauhuahauh